Vejo o teu corpo desnudo
Do vestido lilás que eu despi
Esse teu corpo suado enlouquecido
Que se entrega as carícias do meu
olhar.
Olhas para mim, com esse teu olhar
fatal
Tal e qual uma predadora faminta
Na selva quente dos lençóis de cetim
Desejando ser possuída até ao fim.
O teu corpo contorce-se
freneticamente
Quando beijo a tua pele sedosa
Nos delírios dos teus gemidos.
Lentamente, entregas-te abrindo as
tuas pétalas
Para receber a seiva, que te vai
polinizar
Numa constante loucura de desejo e
paixão
No calor tórrido emanado pelos
nossos corpos
Nesta selva chamada amor.
(Gaspar Oliveira)
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