sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Penedo da saudade



No penedo da saudade
Vi os teus olhos brilhar
Senti o teu coração pular
Neste jardim de encantar.
Poesia e mistérios
Lendas e amores chorados
Recordações partilhadas
No penedo da saudade.
Pedro chorava aqui
Pela sua amada Inês
Que na quinta das lagrimas
A sua vida perdeu.
Hoje aqui a recordar
Entre poetas e doutores
Deixo no penedo gravado
A nossa história de amor.
(Gaspar Oliveira)

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Pedras soltas




Caladas amordaçadas, sentenciadas
Quem são elas? São mulheres!
Mal tratadas, humilhadas, rejeitadas
Mulheres que não são mulheres
Prisioneiras do destino
Quanta beleza escondida
Entre linhos e cambraias de algodão
Pobre coração esse o teu mulher
Pedras soltas, arremessadas
Morte apedrejada, mulher!
Pobres homens sem escrúpulos
Que nasceram de uma mulher
Hoje com pedras nas mãos
Barbaramente mutilam um coração
De uma mulher, que podia ser tua mãe.
 
(Gaspar Oliveira)

Jardim encantado





Sinfonias numa tarde de outono
Com as folhas a deslizarem
Do alto dos plátanos magistrais
No banco do jardim eu e tu
Sentados olhando o rio
Que desliza suavemente
Nas encostas da saudade
Olhares apaixonados
Bocas alimentadas
Por beijos e palavras de amor
Caiem as folhas dos plátanos
Neste jardim a beira-rio
Onde eu e tu fazemos magia
Na pauta das batidas do coração
No coreto abandonado
Cantam agora os pássaros
Na passagem do tempo
Deste tempo da saudade
Eu e tu a beira-rio
Nesta tarde de outono
Neste jardim encantado.
(Gaspar Oliveira)


Cálice do amor



Desfolhei-o devagar as páginas do livro
Ouvindo a chuva a cair no beiral da janela
Nesta tarde de outono, sinto saudades
Invade-me as lembranças do teu olhar
Nesta minha mente dilacerada
Na saudade constante do teu sorriso
Cada folha deste livro
É uma recordação inebriante
Do cálice do teu amor.
Cada página desfolhada
Na inocência desflorada
Das letras e ilustrações
Do livro que escreveste.
Nesta tarde de outono
Sozinho nos pensamentos
Aguardo a tua chegada.
Na sinfonia da chuva
Que cai no beiral
Da janela do coração
(Gaspar Oliveira)

Mar de amor



O meu coração é um mar
Muitas vezes revoltado
Com injustiças e pecados
Das amarguras da vida
Mar calmo…
Quando navegas 
Nos trilhos das minhas veias
No remoinho da minha mente
Embalado pelas velas do teu amor
O meu coração é um mar
Um mar calmo sem mistérios
E tu maruja amada
Conquistaste este mar
E nele és a navegante
Deste mar constante
Que avassala as ondas
Deste meu coração
No sentimento, no amor
Tu, maruja do meu coração
(Gaspar Oliveira)

Silêncio do amor



Deliberadamente, persegui-te
Caminhavas sozinhas no jardim
Banhado pelo rio que vinha da serra
Sentaste-te no banco junto ao bebedouro
Na mão, trazias um livro de um autor conhecido
Por breves instantes, os teus olhos encontraram os meus
Parei extasiado, que lindos olhos os teus
Sentei-me na relva perfumada pelas flores viçosas
Que restam da primavera, permaneceram no calor do Verão
E lentamente adormecem neste outono, na hibernação da terra
Continuas sentada, lendo esse livro, para um miúdo que mata a sede
No bebedouro, onde pássaros também vêem saciar a sede em voos rasantes
Queria ganhar coragem, chegar a ti, dizer que te amo, não consigo
Talvez o medo da rejeição me faça ficar sentado admirando a escultura do teu corpo
Covarde? Sim, talvez mas prefiro olhar-te de longe, que para sempre te perder.
Mais um dia se passou, mais uma noite chegou, amanhã volto a sair
No jardim vou- te acompanhar, mesmo que seja de longe impossível deixar de te amar
(Gaspar Oliveira)

Lagrima simples




Se algum dia, uma lagrima vires
Pelo meu rosto cair
E se transformar numa rosa
Nesse mesmo dia
Saberás o quanto te amo.
Até esse dia chegar
Vou ficar a acreditar
Que um dia vou chorar
E dos meus olhos
Pétalas de rosas
Vão se naufragar
Nas lagrimas simples
De um coração
Que só te quer amar.
(Gaspar Oliveira)

Tu e eu



Tu e eu, nós
Perfeitos, imperfeitos
Tu e eu, nós
Na cumplicidade
Alegrias e tristezas
Tu e eu, nós
Unidos pelo coração
Na paixão e no amor
Tu e eu, nós
Nas lagrimas e sorrisos
Realidade e fantasia
Tu e eu, nós
Hoje somos um
O amor
(Gaspar Oliveira)