O meu destino

Vou procurar o meu futuro

Deixando o passado para trás

Vou em busca do meu destino

Neste presente que não me satisfaz

Das recordações do passado

Alimento o meu caminhar

Na longa estrada da minha vida                   

Apenas ficou o teu lindo olhar

Sigo sozinho a minha vida

Para onde vou, nem eu sei

Na mão levo a minha guitarra

Com ela o teu coração conquistei

Talvez um dia eu volte a ser feliz

Mas outra mulher eu não vou amar

Só uma fez o meu coração acreditar

Na essência da palavra amar

Em busca do meu destino

Cantando sempre o mesmo refrão

Com a guitarra que me acompanha

Para sempre estas no meu Coração.

(Gaspar Oliveira)

A Maria

Vou contar uma história

Que se passou certo dia

Junto a quinta das lágrimas

Conhecia a Maria.

Uma pessoa bondosa

Com um olhar sem igual

Os cabelos eram frisados

Óculos made in Portugal.

Sapato de salto alto

Mala sempre a tira colo

Sorria de alegria

Fumava cigarros de mentol.

A Maria é elegante

Pessoa bem-falante

Canta como ninguém.

Sempre preocupada com as horas

Logo tinha que se ir embora

Para o consultório da nora

Que ficava entre a terra e o mar.

Mas o melhor da Maria

Foi quando certo dia

Num momento de folia

Deixou cair a lente.

O papagaio falava

Olha a lente da Maria

A Maria só sorria.

Maria que é bem-disposta

Trocava a toalha pelo tapete

Quando limpava a sineta

Do portão da moradia.

Maria ficava linda

Quando na minha companhia

Dançava uma balada

No jardim da Mouraria.

Um dia Maria partiu

Foi aos figos e não voltou

Consta-se que nesse dia

Maria com o zé se casou.

Foram viver para o Brasil

Onde vivia a tia de Maria

A Portugal nunca mais voltou.

(Gaspar Oliveira)

Retalhos

Sentimentos que se perdem

Melodias que se vão

Sinfonias de uma vida

Do meu, do teu coração

Alegrias que vivemos

Que hoje são mera ilusão

Do passado apenas resta

Retalhos do coração

Os dias vão passando

Entre o sol e o luar

Sorrisos de olhos tristes

Lembranças, para recordar

Perdem-se os momentos

Deixamos de acreditar

Que algures lá no céu

Há uma estrela a brilhar

Sentimentos que se perdem

Mistérios do coração

Lágrimas que se partem

Sorrisos que já lá vão.

Perdem-se os momentos

No silêncio das palavras

Nos olhares que não se trocam

Nos afagos do coração.

(Gaspar Oliveira)

Rodopio

Tudo acaba com o tempo

Neste tempo que não é de ninguém

Apenas fica no tempo

Recordações de alguém.

Neste tempo complicado

De sorrisos feitos de lágrimas

Passa o tempo devagar

No rosto de quem nada tem.

Também eu vejo o tempo passar

Um tempo que não é meu

Procurando nas asas do tempo

Um sorriso que já foi teu.

Passa o tempo devagar

No rodopio desta vida

Para o tempo por um tempo

Entre a noite e o dia

(Gaspar Oliveira)

Cântico das Ondas

Vou contigo a beira-mar

Ver as estrelas brilhar

Nesta noite de harmonia

Na tua sublime companhia.

Vamos sentir a brisa no rosto

Inalar o perfume do mar

Ouvir o cântico das ondas

Que nas areias se vêm deitar

Juntos na areia deitados

Olhando o céu estrelado

Entre sonhos e realidades

Há sentimentos e afagos

Na profundidade do teu olhar

Ficam os meus olhos a deriva

Agarro-te nos meus braços

Desfaz-se a lua, chega o dia.

Chegou a hora de partir

Com a certeza que vamos voltar

De mãos dadas caminhamos

Algures, nas areias junto ao mar.

(Gaspar Oliveira)