quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Sozinha




Ela andava desanimada
Sem saber o que fazer
Tudo lhe fazia confusão
Só lhe apetecia morrer

Sozinha num quarto escuro
Isolava-se nos seus pensamentos
Chorava, gritava em silêncio
Seu coração morria lentamente

Muitos julgavam conhece-la
Porém ninguém a entendia
Sua beleza era enorme
Mas era a mente que a traia

Um dia deitou-se no chão
A muito que não sorria
Olhando para o céu chorou
A noite comeu o dia.
(Gaspar Oliveira)

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Natal todo Ano





Noite de consoada
A família reunida
No aconchego do lar
Entre vivas e sorrisos
Lembrando quem já não esta

Na sala piscam as luzes
Do pinheiro de Natal
Com bolas de várias cores
Em cima, a estrela a brilhar
Em baixo o menino vai acordar

Os miúdos todos contentes
Esperam com alegria
A chegada do Pai Natal
Por volta da meia-noite
Ouvem-se os guizos das renas

Espreito pela janela
Vejo um homem ao frio
Vestes usadas, rasgadas
Cabelo e barba grisalha
Ao seu lado um cão tremia

Saio ao encontro desse homem
Ao seu lado eu me sento
Vejo no seu rosto sofrido
Lágrimas de dor e lamento

Anda comigo amigo
Para minha casa consoar
Há sempre um lugar a mesa
Uma refeição para partilhar

Que o Natal seja todo ano
No coração de cada um
Partilhem amor e carinho
Uma sopa, um pedaço de pão
Todo o homem é nosso irmão
(Gaspar Oliveira)


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Barqueiro




Quando um dia vier o barqueiro
No seu barco me buscar
Que eu tenha duas moedas
Para a passagem eu lhe pagar

Ao seu lado vou-me sentar
Talvez mesmo lhe perguntar
Quanto tempo demora a viagem
Tenho pressa de lá chegar

Quem será esse barqueiro
De quem tanto ouvi falar
Há quem lhe chame demónio
Outros, anjo de encantar

Não sei nem quero saber
Apenas quero guardar
Duas moedas de ouro fino
Para no cais, não ter que ficar.
(Gaspar Oliveira)

Margens




Sopra-me a brisa ao ouvido
De longe vem- me trazer
Noticias que eu não queria
Meu amor está a morrer

A distância que nos separa
De uma margem para a outra
É de um barco apodrecido
Que há muito morreu no cais

Das tabuas do velho barco
Que se faça o meu caixão
Ao teu lado vou descansar
Amor do meu coração

Vi os teus olhos fecharem
No espelho da água luzidia
Escutei o teu último suspiro
Nas minhas lágrimas, me afoguei.
(Gaspar Oliveira)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Olhos



A cor dos teus olhos
Que reflectem nos meus
Alimentam a minha mente
Fechada aos olhos teus

No silêncio das palavras
Falam os olhos de mel
Suavidade, delicadeza
Também eles podem ser fel.
(Gaspar Oliveira)