quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Anjos Famintos




Quantas lágrimas vertem as crianças
Nos rostos cobertos de pó
Escondidas entre sorrisos famintos
Numa paisagem cada vez mais atroz

Arrastam-se como lesmas sem muco
Pela poeira que varre a aldeia
Ganhando forças, erguem a mão
Pedindo com o olhar, um pedaço de pão

Crianças de pele e osso
Olhares profundos esbugalhados
Crianças que não chegam a ser homens
Crianças que morrem, por terem fome
(Gaspar Oliveira)

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