terça-feira, 2 de setembro de 2014

Translúcido




Vivo sozinho no meio de tanta gente
Que chego a imaginar que não estou só
Ainda ontem quando te vi sorrir
Reparei que era apenas uma sombra
Projectada na minha imaginação.

Ah dias atrás, corria-mos pelo campo
Tudo era verde com manchas de várias cores
Dizias tu, que eram flores
E eu acreditava só para te ver feliz.

Contavas-me a história da borboleta
Que tinhas asas translucidas
Para deixar passar as cores do arco-íris
E eu sorria olhando o espelho.

Dizias que as lágrimas eram gotas de orvalho
Expulsas pelo coração
Que os olhos eram apenas filtros
As mãos, a brisa que as secavam.

Quando falavas do mar, dizias que era imenso
Que nele se escondiam segredos
De marinheiros aventureiros
Que as sereias, um dia vieram buscar.

A noite quando para a lua sorrias
Descrevias cada estrela
Como se fossem pessoas felizes
Que cantavam e bailavam
Até o sol voltar a acordar.

Escondes-te por trás do espelho
Quando a lua adormece
E eu fico a sorrir olhando o sol a chegar
Com a certeza que esta noite
Tu, nos meus sonhos vais voltar
(Gaspar Oliveira)


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