Foi traído, enganado, maltratado
Por sorrisos falsos e demagogias
Sentimentos que não passavam de
lamentos
Utopias de mentes desequilibradas
Na atrocidade de uma mente
encarcerada.
Não fui o primeiro, nem serei o
último
Apenas fui mais um num cardápio
multicolor
Fui louco em acreditar em frases
feitas
Retiradas de um livro satânico
De uma mente brilhante que um dia
vou decifrar.
Cai na teia da aranha venenosa, provei
o seu veneno
Bebi o seu mel, perdi-me nos seus
encantos
Mergulhei no abismo, desci ao
inferno e quase morri.
Era tarde quando me apercebi que o
relógio parou
Os ponteiros andavam para trás, o
cuco já não cantava
As sombras dominavam lentamente a
mente
Quebrei as correntes do próprio tempo
e voei
Abri a porta do presente, enterrei
o passado
Sinto pena das almas que vão
tombar
Nas garras afiadas da insanidade
sem pudor
Tal e qual uma sereia, num mar de
amor
Conquista marujos com palavras
cantadas
Ao ritmo de desejos, na teia da
sedução.
Fui enganado pela lua, traído pelas
estrelas
Maltratado num capítulo, de um
livro infame
Com o prefácio de satânicos lunáticos
Num conto, que só agora começou.
(Gaspar Oliveira)
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