sábado, 31 de maio de 2014

Inveja




Não lamentes os teus desencantos
Enxuga as lágrimas e sorri
Poderá neste mundo haver
Quem te queira ver infeliz.

A inveja esconde-se na sombra
É matreira, traiçoeira
Veste pele de cordeiro
Manhosa raposa silenciosa.

Com um sorriso no rosto
Trás na mão um punhal
Que por trás te vai cravar
Quando as costas, virares

A inveja tem muitos rostos
Alguns parecem angelicais
Mas na hora da verdade
São feras bravas indomáveis

Tem cuidado com o que escreves
Muito mais com quem tu falas
A inveja não tem nome
Pode estar em qualquer mortal.
(Gaspar Oliveira)

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Boémio e Trovador




Triste fado é o meu
Que te canto esta noite
Entre lágrimas e saudade
Nos acordes da guitarra.

Sou boémio trovador
Canto o fado com amor
Na mão tenho uma rosa
No coração a minha dor

Olho para a lua que brilha
Na escuridão que me atormenta
Junto ao rio dos meus lamentos
Capa negra sempre ao vento

No arco de Almedina
Ouve-se uma guitarra a chorar
Na voz trémula do fadista
Lágrimas tristes do teu olhar

Canto o fado para ti
Embalado pela saudade
Nesta cidade que amo
Coimbra minha eterna amada.
(Gaspar Oliveira)

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Insensatez




Na minha insensatez
Tentei perceber as tuas palavras
Dividir o certo do errado
Conjugar determinados verbos
No silêncio do passado.

Multiplicar a alegria
Entre sorrisos e lágrimas
Subtrair a essência do teu olhar
Na incerteza da certeza
Divaguei na minha insensatez.

Naveguei por mares revoltos
Numa nau feita de papel
Voei por vales verdejantes
Com asas feitas de cristal
Perdi-me na minha insensatez.

Conheci fadas que me encantaram
Vi a fúria do adamastor
Inalei o cheiro atroz da morte
Escutei o cântico das sereias
Saboreei o beijo do amor
Na minha insensatez, divaguei

Insensatez a minha
Que se apodera dos meus sentidos
Levando-me ao encontro do nada
Fazendo-me acreditar
Que os sonhos se podem concretizar
Nos devaneios da minha insensatez.
(Gaspar Oliveira)

terça-feira, 6 de maio de 2014

Peões





A vida é um tabuleiro de xadrez
Com Reis, Rainhas e Bispos
Torres, cavalos e muitos peões.

Peões nesta vida
Comandada por Reis, casados com Rainhas
Alguns Bispos afortunado
Que vivem em torres sublimes
Rodeados por peões
Que alimentam os cavalos
Deste que é o tabuleiro da vida.

Quando chega a hora do xeque-mate
Não importa o título, o cargo
Os bens pessoais, a riqueza
Voltamos todos ao início
Peões no tabuleiro da vida.
(Gaspar Oliveira)

sábado, 3 de maio de 2014

Mãe




Na simplicidade do teu olhar
Nos afagos das tuas mãos
No carinho e no amor
Nas lágrimas que derramaram os teus olhos
Nos sorrisos extasiantes
Na delicadeza das tuas palavras
Na bravura dos teus actos
No sofrimento do teu ser
Apenas um dia é pouco
Para definir a mulher que és
Neste que é o dia da Mãe
Seriam tantas as palavras
Mas apenas uma te quero dizer
Obrigada minha mãe.
(Gaspar Oliveira)

Mulher




Tens a força da natureza
Teus olhos são a beleza
Quando me olhas com firmeza
Perco-me no teu olhar.

Espelho da minha alma
Iluminas a minha vida
És o meu porto de abrigo
Nos teus braços vou -me aconchegar.

Mulher que por mim sofreste
Quando rasguei a tua carne
Com lágrimas sorriste
Perante o meu olhar.

Mulher que me acariciaste
As minhas lágrimas, secaste
Com os teus beijos me amaste
Nos teus braços me embalaste.

Mulher que nunca me condenou
Por mim sempre lutou
Guerreira imaculada
Mãe, meu amor, minha amada.
(Gaspar Oliveira)